Coisas de que não se pode esquecer por estes dias (não necessariamente por esta ordem): óculos de sol, protetor solar, calções, fato de banho, toalha… e uma entrevista RIL para ler na praia. Hoje com José Gardeazabal.
Todas as entrevistas estão acessíveis a partir daqui.
Amanhã: Ana Cristina Silva.
Sábado: Joaquim Arena.
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Se pudesse escolher uma ou duas pessoas para lerem o seu livro mais recente, quem seriam?
Para lerem Origami, o meu último romance publicado, e dele me fazerem saber, gostaria de contar com a leitura de uma criança de oito anos, de um profissional de saúde e de uma pessoa boa, não necessariamente por esta ordem.

Como lida com o bloqueio criativo?
Escrevo. Às vezes também leio.
Qual foi o melhor ou o pior conselho de escrita que já recebeu?
Não gosto de depender de medicamentos. Nem sequer de auto medicação. Uso muito pouco.
Quem é a pessoa, ou qual é o lugar ou prática que teve o maior impacto na sua formação como escritor?
A possibilidade de deixar, também por esquecimento, livros a meio. Bons e menos bons. Aos menos bons, quando os reencontro, não os incomodo. Aos bons, tenho o prazer de lhes retomar a leitura.
Há alguma parte da sua rotina de escrita que poderia surpreender os seus leitores?
Um dos canais mais frequentes da minha rotina de escrita é a atenção ao inesperado, ao que, à superfície, não é literatura. O ritmo das notícias do mundo, o texto científico, o ensaio, a arte, a fala dos outros. Gosto. Não procurar, mas ser encontrado pela literatura.
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José Gardeazabal nasceu em Lisboa.
O seu livro de poesia, história do século vinte, foi distinguido com o Prémio INCM/Vasco Graça Moura.
O seu primeiro romance, Meio Homem Metade Baleia, foi finalista do Prémio Oceanos, e com A Melhor Máquina Viva, seu segundo romance, considerado um dos melhores livros de 2020 pelos jornais Expresso e Público, foi finalista dos prémios Fernando Namora, Correntes d’Escritas e da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em 2021, publicou os romances Quarentena – Uma História de Amor, finalista do Prémio Oceanos em 2022, e Quarenta e Três, assim como o volume de poesia Viver Feliz Lá Fora e, em 2022, sai Quando éramos peixes, o segundo volume da Trilogia dos Pares.
Origami é o seu mais recente livro. (via Wook)
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