Faz hoje um mês que esta sua REVISTA DE IMPRENSA LITERÁRIA começou a publicar pequenas entrevistas a escritores portugueses – haverá ainda tempo para um autor brasileiro, mas para isso terão de esperar mais uns dias. Hoje é a vez de Cláudia Lucas Chéu, cujo mais recente livro é Escrevo por vingança à morte.
Amanhã: Pedro Almeida Maia.
Quarta-feira: Cristina Carvalho.
Todas as entrevistas anteriores estão acessíveis a partir daqui.
Boas leituras.
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Se pudesse escolher uma ou duas pessoas para lerem o seu livro mais recente, quem seriam?
Alguém que já tenha passado por uma perda fracturante e alguém que ainda não tenha passado por uma perda fracturante.

Como lida com o bloqueio criativo?
Felizmente não sofro de bloqueios criativos. Por vezes as coisas fluem com menos facilidade. Apenas isso. Mas bloqueio acho que nunca tive. Basta estar atento ao mundo interior e exterior, há sempre material para escrever.
Qual foi o melhor ou o pior conselho de escrita que já recebeu?
O melhor conselho talvez seja o do António Lobo Antunes: «Para escrever são necessárias três coisas — paciência, orgulho e solidão».
Quem é a pessoa, ou qual é o lugar ou prática que teve o maior impacto na sua formação como escritor?
As coisas que me aconteceram.
Há alguma parte da sua rotina de escrita que poderia surpreender os seus leitores?
Por vezes escrevo no supermercado, no passeio, tenho até de parar o carro na bermapara escrever algo que não pode ficar para depois. Acontece ter de interromper uma situação quotidiana para tomar uma nota ou mesmo escrever um texto completo.
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Cláudia Lucas Chéu. Lisboa, 1978.
Publicou:
Teatro: Glória ou como Penélope Morreu de Tédio; Violência – Fetiche do Homem Bom (Bicho-do-Mato/Teatro Nacional D. Maria II); A Cabeça Muda (Cama de Gato Edições); Veneno (Colecção Curtas da Nova Dramaturgia, Edições Guilhotina)
Prosa poética: Nojo (não) edições.
Poesia: Trespasse (Edições Guilhotina) Pornographia (Editora Labirinto), Ratazanas (Selo Demónio Negro, S. Paulo (Brasil); Beber Pela Garrafa e Confissão (Companhia das Ilhas).
Prosa narrativa: Aqueles que Vão Morrer (romance, Editora Labirinto); A Mulher-Bala e outros Contos (Editora Labirinto).
É mãe. Vive mal sem caminhadas, Bach e batatas fritas. (via Wook)
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