UMA FOTOGRAFIA E UMA CITAÇÃO

Na verdade, não demorou dez anos. É que eu sofro daquela doença horrível do escritor que quer escrever e não consegue, a que as pessoas chamam, de modo muito negligente, bloqueio — é uma expressão muito estranha. O facto é que eu não conseguia escrever. E não conseguia escrever ficção, e era um sentimento horrível.
|| IPSILON/ PÚBLICO
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A CRÍTICA NO IPSILON
José Riço Direitinho dá cinco estrelas a O Palácio de Gelo, de Tarjei Vesaas (D. Quixote, com tradução de João Reis).
(…) A escrita de Tarjei Vesaas, com frases incisivas e curtas, atinge por vezes momentos poéticos, sobretudo quando nas suas descrições das paisagens geladas dos fiordes noruegueses envereda pela enumeração de sons da natureza e dos vários tipos e cores do gelo, que vão do prateado das florestas ao negro do lago, passando pelo gelo branco das margens do ribeiro ou pelo gelo verde e seco das paredes do palácio onde a menina desaparece. (…)
Quatro estrelas e meia de Hugo Pinto Santos para a biografia de Herberto Helder, escrita por João Pedro George, Se Eu Quisesse, Enlouquecia (Contraponto). Inclui entrevista ao biógrafo:
(…) o Herberto era diferente também (…) por ser um escritor que tentou preservar a sua privacidade, que se tentou esconder, tentou furtar-se aos acontecimentos mundanos, em que tanta gente gosta de participar, porque era um indivíduo que recusava os prémios, recusava entrevistas, não gostava de ser fotografado. Hoje nós olhamos para isto, este horror que o Herberto tinha à celebridade, à exposição pública e à fama, como se ele fosse uma espécie de indivíduo de uma civilização perdida, não é?
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A CRÍTICA NA REVISTA E/ EXPRESSO
T. S. Eliot em dose dupla: Pedro Mexia atribui quatro estrelas a Quatro Quartetos (Companhia das Ilhas, com tradução de Vergílio Alberto Vieira), e cinco a A Terra Desolada (Assírio & Alvim, com tradução de Jorge Vaz de Carvalho);
José Mário Silva tem três estrelas para Isto não é Miami, de Fernanda Melchor (Elsinore, com tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra);
e três tem também Luís M. Faria mas para A Vingança do Ponto de Viragem, de Malcolm Gladwell (D. Quixote, com tradução de Diogo Freitas da Costa);
outras três de Jorge Calado para A Ciência no Grande Teatro do Mundo, de António Manuel Baptista (Tinta-da-china);
Luísa Mellid-Franco dá quatro a O Filho do Pai, de Hugo Gonçalves (Companhia das Letras);
e, a fechar, cinco estrelas de Sara Figueiredo Costa para A Praça do Diamante, de Mercè Rodoreda (D. Quixote, com tradução de Mercedes Balsemão).
Sem direito a estrelas: As Enganadas, de Teresa Veiga (Tinta-da-china), e Mrs Dalloway, de Virginia Woolf (Penguin Clássicos).
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UMA ENTREVISTA
Filipa Lino conversou com Alexandre Castro Caldas a propósito do seu mais recente livro Inteligência vital, Estupidez artificial (Contraponto):
O grande risco da inteligência artificial está no facto de estar à mão de toda a gente. Está completamente em roda viva.
|| WEEKEND/ NEGÓCIOS
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OUTRA ENTREVISTA
Diogo Vaz Pinto à fala com Juan Villoro, autor de Não Sou um Robô – A leitura e a sociedade digital (Zigurate, com tradução de Helena Pitta):
Pertencemos à primeira geração que tem de provar que ainda é humana
|| NASCER DO SOL
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OPINIÃO
“Honrando o “cidadãos, à vasilha!, de Eça”, por Ana Cristina Leonardo || IPSILON
“A máquina de ganhar eleições”, de António Guerreiro || IPSILON
“Rushdie, vítima do terror”, por José Jorge Letria || CORREIO DA MANHÃ
“A América rouba”, por Manuel S. Fonseca || WEEKEND/ NEGÓCIOS
“Monstros sagrados”, por Pedro Mexia || REVISTA E/ EXPRESSO
“As vidas pequenas”, por Isabela Figueiredo || IDEIAS/ EXPRESSO
“A noite de cristal”, por Rodrigo Guedes de Carvalho || IDEIAS/ EXPRESSO
“Hemingway versus “O Menino da Lágrima””, de Luís Pedro Nunes || IDEIAS/ EXPRESSO
“Em tempo de corvos cobras chacais”, por António Carlos Cortez || NASCER DO SOL
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AS SUGESTÕES
Esta semana, Manuel Falcão recomenda Strange Pictures – Imagens Estranhas, de Uketsu (Singular) || WEEKEND/ NEGÓCIOS
O jornalista João Pedro Henriques anda a ler A Desoras, de Marcello Duarte Mathias (D. Quixote), e Geração D — Da Ditadura à Democracia, de Carlos de Matos Gomes (Porto Editora) || IDEIAS/ EXPRESSO
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A TERMINAR…
De hoje até 1 de junho, a literatura está em celebração no Guarda Livros – Salão do Livro da Guarda, com a presença de escritores como João Melo, Rodrigo Guedes de Carvalho ou Pedro Chagas Freitas || JORNAL DE NOTÍCIAS
“Com autoria da jornalista, fotógrafa e sommelier Vivian Bibliowicz, o livro Vinhos de terras de tempo traça o perfil a quase 70 produtores nacionais, de todas as regiões vinícolas. Uma homenagem ao trabalho duro e à paixão que liga os seus protagonistas” || REVISTA EVASÕES
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Boas leituras.
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