25 de Março de 2025

No PÚBLICO:

A RIL de hoje começa com a notícia do falecimento de Francisco Guedes, o “programador cultural (…) que esteve na origem dos festivais literários Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, o Lev- Literatura em Viagem, em Matosinhos, e o FLiD — Festival Literário do Douro, em Sabrosa”. Tinha 75 anos.

Depois, poderá ter interesse em ler a crónica de Miguel Esteves Cardoso. Aqui fica um excerto (mais longo do que o habitual):

(…) Proponho, como correctivo, o conceito da gratidão aritmética. Baseia-se na noção de que o prazer deve ser agradecido. E parte do princípio de que o prazer pode ser (toscamente) medido através do tempo que ocupou. Digamos que os livros de Enid Blyton deram cem tardes de prazer. Cem tardes é muito: podem ser três anos. Isto sem contar que se aprendeu a ler com o que ela escreveu: a tirar prazer dos livros, a ler mais depressa, a conseguir estar sozinho, a usar a imaginação, a discutir as histórias com outras crianças, e tudo o mais que ler romances pode oferecer. Se num minuto se fica a odiar o que se amou, isso não limpa a dívida do prazer que nos deu, e do tempo que passámos a gostar do que estávamos a fazer. Só a gratidão aritmética respeita esse prazer passado. (…)

E como acontece habitualmente às terças-feiras, esta semana o Guia Leituras sugere-lhe seis livros: A Cegueira do Rio, de Mia Couto (Caminho); Murmúrio, de Will Eaves (Quetzal, com tradução de Hélder Moura Pereira); Naquele dia, de Laura Alcoba (D. Quixote, com tradução de Luísa Benvinda Álvares); Os Naufragistas, de Robert Louis Stevenson e Lloyd Osbourne (Tinta-da-China, com prefácio de Javier Cercas e tradução de Elsa T.S. Vieira); Lavores de Ana, de Ana Cláudia Santos (Companhia das Letras); e Marília ou a Justiça das Crianças, de Álvaro Laborinho Lúcio e Odete Severino Soares, com ilustrações de Catarina Sobral (Zigurate).

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No JORNAL DE NOTÍCIAS:

Uma breve: “A biografia de Herberto Helder, com o título Se eu pudesse, enlouquecia, vai ser publicada pela Contraponto a 22 de maio. Mais recente título da coleção de Biografias de Grandes Figuras da Cultura Portuguesa Contemporânea, o volume resulta de sete anos de trabalho do sociólogo e investigador João Pedro George.”

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No CORREIO DA MANHÃ:

Francisco José Viegas recomenda A Casa Sombria, de Charles Dickens (Relógio d’Água, com tradução de Paulo Faria). “Um denso, complexo e volumoso (900 páginas) romance ou conjunto de fascículos sobre um caso judicial de 1852”.

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Boas leituras.

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